Variedade e inovação de produtos
Desenvolvimento e fabrico próprios
🎄 Regresso possível até 31.01.2025
Revista > Prática > Conselhos e Truques > Em 7 passos simples para a primeira astrofotografia com a MiniTrack
Prática

Em 7 passos simples para a primeira astrofotografia com a MiniTrack

Para uma magnífica astrofotografia, precisamos de muita experiência, uma montagem dispendiosa ou um observatório totalmente equipado?

Minitrack Schritte 0.jpeg

Para muitos, a astrofotografia é uma montanha alta com pedras irregulares, desfiladeiros profundos e percursos de escalada difíceis. Apenas os que chegam ao topo são recompensados com conhecimentos e cristal de rocha reluzente, ou seja, com belas astrofotografias.

Não se pode simplesmente subir no teleférico até ao topo? Mas é claro! Neste artigo irá descobrir

  • como ser bem-sucedido na astrofotografia sem grande esforço,
  • como chegar às suas primeiras fotografias, passo a passo, mesmo que ainda seja um principiante,
  • o equipamento necessário.

Começar é o único obstáculo; tudo o resto vem naturalmente.

A Via Láctea na constelação Águia sobre o Plansee. Exposição 50x60 segundos com ISO 1200, à esquerda na imagem Júpiter. Fotografia: Marcus Schenk A Via Láctea na constelação Águia sobre o Plansee. Exposição 50x60 segundos com ISO 1200, à esquerda na imagem Júpiter. Fotografia: Marcus Schenk

O que é a fotografia "Nightscape"?

A astrofotografia nem sempre é fácil. O caminho clássico das grandes montagens e câmaras especiais para astronomia pode ser tecnicamente dispendioso e demorado. Requer experiência.

Mas não é disto que se trata aqui. Trata-se de astrofotografia em passos simples, mas com bons resultados. Como é que se faz isso? Com a fotografia "Nightscape"! Trata-se da fotografia do céu estrelado com objetivas grande angular e normais, sem telescópio. Em vez das nebulosas e galáxias menos luminosas, fotografa constelações e a Via Láctea. O resultado é particularmente belo se a fotografia combinar o céu estrelado com a paisagem.

Montagem para câmaras fotográficas ou câmara estacionária?

Funciona com uma câmara montada e fixada num tripé? Em princípio, sim, embora com limitações. A vantagem: é fácil fotografar com uma câmara estacionária. Além da câmara e do tripé, não precisa de mais nenhum equipamento. A desvantagem: as distâncias focais têm de ser pequenas e os tempos de exposição curtos, de até aprox. 15 segundos. Isto nem sempre basta para se conseguir retratar uma bela Via Láctea e objetos de céu profundo.

Uma montagem para câmaras fotográficas (também conhecida como Astrotracker) guia a sua câmara de acordo com o movimento das estrelas. E isto não é pouco, se pensarmos que uma estrela percorre 15 graus ou 30 diâmetros de lua cheia pelo céu no espaço de uma hora. Com um Astrotracker, os tempos de exposição podem durar até vários minutos. Na fotografia, a estrela mantém-se em forma de pontos e a câmara tem tempo para recolher luz e, assim, conseguir uma maior profundidade do objeto na fotografia.

Montagem para câmaras fotográficas ou câmara estacionária?

O impulso para as estrelas: a família MiniTrack

A montagem para câmaras fotográficas MiniTrack é a iniciação ideal à astrofotografia com seguimento. Não temos de nos chamar Harry Potter para agitarmos a "varinha mágica" da MiniTrack. Isso também é uma coisa para "muggles", ou seja, para pessoas que ainda não são profissionais na astrofotografia.

No grupo de Facebook da MiniTrack, os quase 4000 fãs da MiniTrack trocam fotografias. O facto é que: uma bela imagem segue outra. E porquê? Por causa do manuseamento quase intuitivo e do sistema mecânico fiável.

A MiniTrack é

  • económica e robusta
  • de rápida instalação e fácil de utilizar
  • totalmente mecânica e funciona sem pilhas
  • adequada para viajar, leve e cabe em qualquer mochila
  • atrativa quer para principiantes, quer para observadores visuais e pessoas com interesse no céu estrelado

O que quer fotografar?

O céu deve estar limpo. Parece uma coisa banal, mas é realmente importante. Mesmo os véus de nuvens mais finos podem arruinar uma fotografia. Além disso, podem surgir problemas mais tarde durante o processamento automático de várias fotografias. Por isso, certifique-se de que o céu está limpo e de que há pouca luz difusa na área circundante.

Que extensão do céu pretende fotografar? É melhor pensar nisso antes de tirar a fotografia. No Verão, a faixa da Via Láctea é impressionante, pelo que deve escolher um local de observação com uma boa visibilidade do horizonte para sul. No Inverno, a área em redor da constelação Oríon é uma região encantadora.

A constelação Cassiopeia. Fotografia individual não editada, com 30 segundos de exposição e ISO 800. Pode ver-se o aglomerado duplo h & chi, a galáxia Andrómeda e muitos outros objetos de céu profundo. Fotografia: Marcus Schenk A constelação Cassiopeia. Fotografia individual não editada, com 30 segundos de exposição e ISO 800. Pode ver-se o aglomerado duplo h & chi, a galáxia Andrómeda e muitos outros objetos de céu profundo. Fotografia: Marcus Schenk

Já tem tudo?

Gosta de listas? Independentemente do que responder: antes de começar, é importante que tenha uma lista de verificação com vistos — mesmo que sejam apenas vistos mentais. Lembro-me de uma noite de observação em que me esqueci de metade do material, porque não tinha tido tempo para preparar tudo de antemão. Prepare todo o material antes de o meter na mochila, de forma a ter tudo sob controlo.

Lista de verificação para a noite:

  • Câmara com objetiva, cartão SD e bateria recarregada
  • Disparador por cabo (caso não pretenda utilizar o disparador automático da câmara)
  • Cabeça esférica para a montagem da câmara na MiniTrack
  • MiniTrack com tubo direcional ou buscador polar ótico
  • Inclinador de vídeo ou "wedge" para a montagem da MiniTrack no tripé
  • Tripé, se possível com nível de bolha
  • Lâmpada de infravermelho
  • Pequeno dovetail e chave sextavada interna (apenas para "wedge")
  • Iluminação do buscador polar (apenas para buscadores óticos)

Agora é tempo de sair lá para fora; as estrelas já estão à nossa espera.

1.º passo: Montar o tripé

Chegou ao local de observação e tirou tudo da mochila? Excelente! O melhor é montar tranquilamente o seu equipamento pela primeira vez ao anoitecer, enquanto ainda se consegue ver o suficiente da área circundante.

Procure um lugar com um piso firme e nivelado para montar o seu tripé. Abra-o de modo a conseguir ver facilmente o buscador polar a partir de baixo. Afinal, o seu objetivo não é desejar boa noite às minhocas, mas sim fotografar o céu estrelado.

1.º passo: Montar o tripé

2.º passo: Montar o inclinador de vídeo ou o "wedge"

Monte o inclinador de vídeo ou o "wedge". Basta pousá-lo sobre a rosca de 3/8 polegadas. Tem um nível circular integrado no tripé ou no inclinador? Isto facilita o nivelamento do tripé para que possa beneficiar de fotografias com melhor seguimento.

2.º passo: Montar o inclinador de vídeo ou o "wedge"

3.º passo: Montar MiniTrack e câmara

Agora vem o elemento central desta noite: a MiniTrack. Posicione o Astrotracker no inclinador de vídeo ou "wedge". Para tal, una a placa de liberação rápida do inclinador de vídeo ou do pequeno dovetail do "wedge" à rosca de 1/4 polegadas na parte traseira do MiniTrack. Fixe depois a câmara na cabeça esférica da MiniTrack através da placa de liberação rápida.

Instale o buscador polar ou o tubo direcional. Caso utilize a iluminação do buscador polar Omegon, esta é uma boa altura para a montagem.

3.º passo: Montar MiniTrack e câmara

4.º passo: Orientar a MiniTrack

A MiniTrack já está alinhada para norte? Se estiver tudo bem, o tubo direcional ou o buscador polar aponta para o polo celeste.

Orientar com tubo direcional

Olhe pelo tubo direcional: se conseguir ver a estrela polar, então bastam apenas ligeiras correções. Caso contrário, terá de alinhar novamente a montagem. Se as exposições forem breves, basta que consiga ver a estrela polar no tubo direcional.

Para exposições mais longas, é ainda melhor: ajuste a montagem de modo que a estrela polar esteja na margem do campo de visão no tubo direcional — em frente da estrela Kochab na Ursa Menor. O desenho mostra como deve ficar.

4.º passo: Orientar a MiniTrack

Orientar com buscador polar

Gosto de utilizar uma aplicação de buscador polar que indique a posição atual do polo e da estrela polar. Este tipo de aplicação está disponível no Play ou na App Store. Rode o buscador polar no suporte até a vista no buscador polar coincidir com a representação na aplicação. Agora é altura de afinar: ajuste o azimute e a altura até conseguir ver a estrela polar no pequeno círculo do buscador polar.

Dica: monte a câmara antes de orientar a MiniTrack. Caso a câmara bloqueie o caminho para a estrela polar, rode o corpo com a cabeça esférica ligeiramente para o lado.

Minitrack Schritte 4.jpeg

5.º passo: Focar a câmara

Aponte a sua câmara para uma estrela ou planeta brilhante. Escolha um valor de ISO alto e um tempo de exposição curto. A fotografia não tem de ser boa. É apenas uma questão de encontrar a nitidez ideal.

Utilize para isso a lupa de zoom na câmara e rode a objetiva (ajuste manual do foco) até a estrela ter o formato de agulha. Tire uma primeira fotografia e amplie a imagem. A estrela está nítida? Caso não esteja, continue a tentar até ficar satisfeito.

Lista de verificação: estas são as configurações corretas da câmara:

  • ISO: 400-1000
  • Diafragma totalmente aberto
  • Tempo de exposição: aprox. 15–60 segundos
  • Equilíbrio de brancos para a luz do dia
  • Melhor qualidade de imagem, possivelmente formato RAW não comprimido
5.º passo: Focar a câmara

6.º passo: Abrir e alinhar a MiniTrack, fotografia de teste

Abra a MiniTrack e oriente a câmara para a região que pretende fotografar. Tire uma fotografia de teste se ainda não tiver a certeza de que o objeto se encontra no campo de imagem. Para determinar se o objeto está, ou não, no campo de imagem, por norma basta um tempo de exposição curto de cerca de 2-3 segundos. Agora ainda pode ajustar a posição da câmara.

Está tudo bem alinhado? Perfeito! Então podemos começar.

6.º passo: Abrir e alinhar a MiniTrack, fotografia de teste

7.º passo: Iniciar fotografia ou série de fotografias

Na prática, chegou ao ponto 7 mais depressa do que pensa. Verifique mais uma vez as configurações corretas da câmara.

As estrelas finas numa astrofotografia mostram cada tremor, sem piedade. Tem um disparador remoto consigo? Caso contrário, não há problema. Utilize, em vez disso, o disparador automático da sua câmara. Isto dá tempo ao tripé de se equilibrar.

Clique: a primeira fotografia já está! Não está mal. Brinque um pouco com o corte da imagem (se tiver uma objetiva com zoom) e o tempo de exposição.

Ainda pode fazer melhor? Se combinar várias fotografias, verá cada vez mais detalhes. Com um software gratuito, pode juntar as imagens individuais no computador para criar uma só fotografia.

Para começar, pode experimentar com uma série de cerca de 20 imagens com um tempo de exposição de 30–40 segundos. Com um disparador por cabo programável pode pré-configurar toda a série de fotografias. Tudo o que tem de fazer é premir o botão e aguardar.

Dica: caso pretenda combinar uma astrofotografia com a paisagem, tire uma fotografia da paisagem em separado e sem utilizar o MiniTrack. 

Já tenho as fotografias — e agora?

Então esteve acordado toda a noite? Provavelmente já deu uma vista de olhos às fotografias. É espantoso o que se pode ver, não acha?

Com a MiniTrack, é possível obter bons resultados num curto espaço de tempo. A primeira fotografia provavelmente não será perfeita (ainda), mas também não tem de ser. Digamos assim: o caminho é o objetivo e Stonehenge também não foi construído num só dia. O passo seguinte é processar as suas imagens com um programa de "stacking", como o DeepSkyStacker ou outros.

Orgulhe-se do que já conseguiu numa ou em poucas noites. Avance e divirta-se!

Via Láctea de Verão na constelação Cisne com inúmeros objetos de céu profundo. Exposição 50x60 segundos, "stacking" com Sequator e processamento de imagem com Adobe Photoshop. Fotografia: Marcus Schenk e Sebastian Brummer Via Láctea de Verão na constelação Cisne com inúmeros objetos de céu profundo. Exposição 50x60 segundos, "stacking" com Sequator e processamento de imagem com Adobe Photoshop. Fotografia: Marcus Schenk e Sebastian Brummer

Qual é a MiniTrack certa para si?

A montagem MiniTrack está disponível em três versões:

  • MiniTrack Essentials: a MiniTrack mais barata, com uma capacidade de carga de 3 kg e tubo direcional que lhe permite orientar a montagem
  • MiniTrack LX3: a MiniTrack para todos, com uma capacidade de carga de 3 kg e um buscador polar ótico para um alinhamento preciso com o polo norte celeste
  • MiniTrack LX Quattro: a melhor MiniTrack, com uma capacidade de carga de 4 kg, rolamentos de agulhas precisos e a possibilidade de utilizar a montagem no hemisfério norte e sul

Autor: Marcus Schenk

Marcus é astrónomo amador, redator, autor e um apaixonado pelo céu noturno. Desde 2006 ajuda pessoas a encontrar o telescópio certo e, atualmente, fá-lo através de textos e vídeos.

Viciado em café, o seu maior desejo é ter a sua amada máquina de café sempre consigo, até enquanto observa o céu estrelado.